por Vinícius Schiavini
Outro dia estava conversando com uma pessoa e ela começou a fazer inúmeras comparações entre duas cidades, uma no (assim chamado) Primeiro Mundo e outra no (assim considerado) Terceiro Mundo.
E aí fica aqui de “lá é melhor, aqui é pior”, e coisa e tal. Mas será mesmo? Pensando, coloquei a mim mesmo alguns pensamentos que gostaria de comprtilhar, se me permitido for.
Sim, as cidades são diferentes, mas creio que a melhor fórmula de comparação seja colocando aspectos práticos e comuns. Neste caso, os serviços públicos. É bem possível comparar cidades diferentes se partimos do conceito de que todas as populações precisam de saúde, educação e transporte.
Coloquemos Londres e Porto Alegre. São cidades diferentes nestas questões. Segurança é um problema em ambas, uma por ser bem grande, a outra por crescer. Transporte público? Bom, Porto ainda não tem metrô, enquanto Londres tem uma das maiores malhas metroviárias. Nosso sistema de saúde é mais completo, por haver o sistema público.
Mas onde não podemos analisar, e onde cometemos erros, é a questão de cultura de povo. As origens são diferentes, o comportamento é diferente… até a idade é diferente. Londres é uma cidade muito mais velha, com muito mais história. Tentativas e erros já foram feitos e tudo foi aperfeiçoado e, ainda assim, Londres e Porto Alegre são cidades grandes com os mesmos problemas de gestão, de povo extremamente tradicional que é meio contra imigrantes ou migrantes e um povo mais jovem, que tenta dar cara nova à cidade.
Mas qual é melhor? Nenhuma. Cada uma é diferente.
Precisamos compreender que não existe ser humano melhor que o outro. Somos todos iguais – e diferentes. Cada um tem sua História. Cada povo tem sua História.
Se você se mudar hoje para, por exemplo, Nova Zelândia, você pode gostar e amar o lugar, mas ainda assim terá problemas, e o lugar terá problemas, e você terá de trabalhar e ter até uma rotina.
Não há fuga para o paraíso se não houver paraíso dentro de si.