[Contexto] É difícil fazer um mundo novo girar

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por Vinícius Schiavini 

Outro dia, um amigo meu disse: “Terminei o meu mundo”.

E todos ali sabiam que isso significava que ele terminou de criar seu mundo fictício que começou em 2001. Ele completou dizendo que criou as cidades, os hinos das cidades, as raças, anatomia das raças, etc…

Só faltou criar as histórias em si.

E a verdade é que quem cresceu nos anos 80 e 90, vendo Charlie Brown Jr., Legião Urbana, Blitz, RPM, Marcos Rey, Marcelo Rubens Paiva, Mike Deodato, Luke Ross, etc, sempre criou coisas pensando algo desse tipo:

“Eu vou lançar meus quadrinhos quando for chamado pra trabalhar pra DC / Eu vou poder mostrar meus desenhos quando for pra Marvel”

“Eu vou ser contratado por uma editora e aí lançar meus livros, tenho tudo planejado.”

“Eu vou tocar nas rádios  quando a gravadora lançar meu CD.”

(É, eu sou velho, ainda curto CD e vinil.)

O fato é que, como eu tenho falado, as coisas mudaram. E nós precisamos mudar também. Por que esperar as editoras e gravadoras e tudo mais quando podemos nos publicar, de forma independente? Existe hoje em dia uma compreensão muito maior e tranquila que o independente é uma criação com liberdade e até transgressão.

Aí, esse ponto todo de ficar criando o mundo e não fazer nada com ele me dá uma agonia absurda. Eu sei que crio conteúdo aqui na Kombo e fico feliz com isso. Temos criações que não são minhas mas ajudo, como 24 Horas Bolas. E eu até livro já lancei.

Por que você não faz a mesma coisa? Porque guardar isso dentro de ti? A Kombo foi criada dessa vontade de botar essas ideias na rua, e faça isso com as tuas. Bote as ideias na rua. Boas ou ruins, elas precisam respirar.

Daí, se editora ou gravadora quiser contratar… podemos negociar. 😉